O processo de intervenção funciona com a quebra do espaço urbano através da interferência artística no local, e é isso que nós tínhamos como proposta para o público alvo. Nós, da Cia. Teatral Psicose, realizamos, na semana do dia 08/09, duas intervenções artísticas no espaço das roscas, a fim de divulgar nosso espetáculo teatral. 

A primeira intervenção da nossa obra ocorreu no turno noturno, nas roscas. Para climatizar foi preciso dar um blackout no local e, com o auxílio de velas, o espaço foi iluminado para dar um aspecto mais sombrio ao ambiente. Estas ações foram realizadas com o objetivo de atender ao apelo místico e provocar ainda mais emoções, energias e sensações. Com o ar misterioso proporcionado pela iluminação, nossa sonoplastia entrou em cena para sintonizar o misticismo que ofertamos ao público, com um som que provocava tensão constante. Com essa comunicação-chave entre sonoplastia e iluminação para manter o suspense, nosso figurino complementou esse quadro para dar uma aspectualização aos personagens da época. Com isso, a atuação fechou o quadro da nossa intervenção com um apelo desesperado: todos os atores participaram da cena, sussurrando suas falas mais impactantes do espetáculo, até que suas vozes atingiam o volume máximo em sequência. O juiz, grande figura da nossa peça, aparece e condena a todos de bruxaria! Como um final, todos os demais atores que surtavam uniram-se numa só voz para anunciar em alto e bom som que as boas almas de Salém iriam afogar-se em sangue inocente!

Nossa segunda intervenção foi mais simples e descontraída, mas possuía os mesmos elementos. Todos os elementos de composição interagiam entre si para colaborar para uma boa apresentação: figurino antigo, sonoridade sinistra e uma iluminação sombria! Dessa vez, para diferenciar, nossa iluminação foi feita apenas pelos refletores do ginásio, que haviam sido cobertos com papel celofone vermelho para dar um ar mais demoníaco e, como a anterior, a iluminação das roscas foi completamente apagada para transmitir essas sensações com mais proximidade. A metodologia da nossa intervenção foi mais descontraída: nessa intervenção reproduzimos um pequeno trecho do julgamento, onde o juiz condenava os réus e a população ficava dividida entre defesa e acusação do crime de bruxaria. Para quebrar a seriedade do clima, acusamos uma pessoa aleatória da platéia e a trouxemos para participar da nossa dinâmica, sendo acusada como bruxa, e finalizar a apresentação.